CRV Sistemas & Consultoria – Celso A Pereira
A discussão em torno da identificação eletrônica é um tema um tanto espinhoso, mas que precisa ser abordado pelos empresários lotéricos e pelos funcionários que atendem nos guichês, uma vez que, tanto os empresários quanto os funcionários podem ser responsabilizados na esfera civil, caso não realizem a correta identificação numa ocorrência de fraude, por exemplo.
Começar um texto com esse alerta pode parecer pessimismo, mas não é bem assim. Há formas de se precaver, tomando os cuidados necessários pra espantar o fraudador e evitar o problema. Por isso, o tema merece muito debate, muita troca de ideias e, um bom começo, seria deixar aqui no blog seus comentários… 😊
Sabemos que em caso de fraude, a corda arrebentaria do lado do funcionário, pois o empresário geralmente se garante quando instrui para que seus guichês sigam um roteiro bem estabelecido na correta identificação do cliente.
Esses funcionários dos guichês, por sua vez, mesmo sem serem peritos na identificação de documentos falsos, têm a seu dispor algumas ferramentas e recursos. Vamos a eles…
Ferramenta: Aplicativo VIO
O aplicativo VIO foi desenvolvido pelo Governo Federal em 2017 pela SERPRO e poderá ser baixado no celular Android ou IOS.
Até o momento, com o Vio, a Casa Lotérica poderá verificar gratuitamente a autenticidade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), física e digital, o Documento Nacional de Identificação (DNI).
Para maiores informações acesse: https://www.gov.br/pt-br/servicos/utilizar-aplicativo-vio-app-vio
Debate: Problemas
O aplicativo VIO, não autentica a identificação da CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social eletrônica. Temos aqui um problema, pois esse é um dos documentos de identificação que por lei, deve ser aceito. Logo, surge uma questão: Como o operador do guichê faria pra identificar corretamente o cliente que apresentasse esse documento? O tema é espinhoso por conta dessas falhas.
Na Play Store quando baixamos o VIO, temos comentários de uma legião de usuários apoiadores que rasgam elogios ao aplicativo e um igual número de críticos que dizem que não funciona. Muitos dizem também que funciona melhor no IOS do que no Android.
Caso não funcione, temos aqui mais um motivo para o tema ser espinhoso, pois se não funcionar no guichê, como o operador resolveria aquele atendimento? Deixaria a fila parada? A quem poderia recorrer?
As respostas são difíceis. É preciso formatar previamente um procedimento para esses casos. Nada melhor que a troca de ideias entre os lotéricos para buscar essas respostas…
A aceitação de quais documentos é obrigatória?
Segundo descrito no Manual Operacional da Caixa, pelo menos onze documentos – eletrônicos ou não – devem ser aceitos. Não é uma imposição da Caixa, mas sim do Código Civil. Diante disso, já tínhamos essa questão espinhosa mesmo antes da digitalização deles, pois como dissemos o operador no guichê não é um perito e os documentos “menos comuns” poderiam passar como autênticos sem ser.
Pela lei, quando uma instituição lança a digitalização de seu documento, deveria também lançar um validador do QR code e ter em seu banco de dados todas as informações atualizadas, mas sabemos que isso nem sempre ocorre.
Recursos
Conversando com alguns empresários lotéricos, vimos que um recurso que espanta o fraudador é o conjunto: câmera + atitude do operador.
Eu explico:
No guichê sempre deve ter uma câmera que registre toda movimentação, que naturalmente vai registrar a imagem do fraudador. Se o operador fotografar o código de barras, quando não conseguir validar o documento, se levantar e disser: – Um momento, já volto, vou identificar no outro equipamento! – certamente o fraudador irá embora, pois não sabe se foi descoberto. Esse recurso, junto com a troca de informações em grupo de lotéricos de uma mesma região são recursos que evitam a maioria das fraudes nos guichês.
Se você gostou da discussão desse tema, deixe seus comentários no final do blog.
